Uma pergunta, muitas vezes sem resposta clara para os que se dão com elementos económicos, pois não vem o poder de cultura no processo de desenvolvimento económico.
Não sou economista, mas muitas vezes me relaciono com elementos económicos devido a cultura.
Já lá vão os tempos em que a cultura era vista como puro e simples conjuntos de hábitos e costumes de um determinado povo. E hoje, ainda continua o desconhecimento da dimensão da cultura, ou ainda reduzem-na em simples dança, música, teatro, artes plásticas, literatura, etc, etc….
Com esta posição explicativa não quero esvaziar os conhecimentos que existem sobre esta matéria, mas sim trazer uma opinião acrescida, sobre as dimensões da cultura no desenvolvimento, desta forma proponho duas dimensões: dimensão lucrativa e dimensão intangível da cultura.
Fazendo uma visão geral da dimensão lucrativa podemos referir que esta se assenta basicamente nas Indústrias Culturais e Criativas uma área que precisará ao longo dos próximos anos no nosso País, desenvolvimento de políticas e estratégias concretas para o sector, nomeadamente da Lei do Direito de Autor e Direitos Conexos; sensibilização para protecção do trabalho original dos criadores – por exemplo músicos, compositores, escritores, pintores e cineastas – contra o roubo ou pirataria; criação de um sistema de informação cultural, numa plataforma digital que permite a partilha de informação sobre arte e cultura a nível nacional e internacional, contribuindo assim para o diálogo e crescimento da indústrias criativas; fortalecimento do sector de artesanato através de formação, assistência técnica e apoio ao desenvolvimento e colocação de produto; desenvolvimento de abordagens integradas para promoção de roteiros de turismo cultural como fonte de geração de rendimento para empreendedores locais.
A dimensão intangível, que muitas vezes é deixado do lado, não por negligência, talvez por falta de conhecimento do papel que este tem para desenvolvimento. Nesta dimensão, encontramos aqui a cultura no desenvolvimento, onde basicamente podemos assegurar a promoção de um desenvolvimento mais sustentável através de integração da abordagem sociocultural nos programas de Saúde Sexual Reprodutiva; preservação do uso de conhecimentos tradicionais na produção agrícola e florestal, factores essenciais para a sustentabilidade de expressões únicas como a Timbila de Zalala e as técnicas e materiais de construção utilizados ao longo de séculos na Ilha de Moçambique e construção do instrumento musical, como o exemplo do Tchakare de Mafende Mandio.
E ainda esta, pode-nos apoiar ao diálogo inter-geracional que nalgumas vezes se encontram em rompimento e o intercâmbio cultural entre membros dos diferentes povos que se instalam no nosso País, visto que historicamente somos um país acolhedor;
A dimensão intangível da Cultura nos ajudará o desenvolvimento de um modelo para integração da abordagem sociocultural na planificação ao nível local para um desenvolvimento económico e humano mais sustentável nos distritos.
O que pretendo assegurar é que não se pode ver a cultura como simples hábitos e costumes, mas sim um vasto processo de produção cultural e de uma ‘’economia da cultura’’ que é basicamente assegurado pela criação, produção, circulação, difusão e consumo de bens e serviços culturais e criativos, baseado nas duas dimensões: lucrativa e intangível.
Caro Amostra, parabens pelo crescimento tecnologico.
ResponderEliminarPorem sugiro que traga neste espaco tambem as letras das suas musicas para que aqueles que nao entendem chuabo possam ir vendo o significado em portugues, quem sabem tambem nas outras linguas.
Zefanias
Opiniao de um pacato cidadao.