Por: David F. Muaga * “O argumento da raça ou da tribo é um expediente fácil de usar, não precisa de manual de instruções e pode ter efeitos espectaculares” – in Mia Couto : “Os falsaportes”. Nos últimos tempos o debate público do dia-a-dia nacional centrou-se, grosso modo, no crescimento e desenvolvimento económico e na distribuição dos dividendos que poderão advir dos projectos de mineração e exploração petrolífera, assistindo-se debates românticos e apaixonados em vários holofotes e canais de opinião. Mas, existe um elemento que não se reveste de elevada complexidade conceitual e que na minha humilde opinião carece também de um debate fraterno na esfera pública nacional, dentro dos mesmos pressupostos: a cultura, cultura moçambicana. Mural do artista Kumalemo, na Casa Provincial de Cultura da Zambézia, merecendo a sua interpretação. Foto: AS A experiência mostra que os persistentes conflitos em África têm como uma das causas o tribalism